A Hepatite C é uma pandemia esquecida e silenciosa que afeta 70 milhões de pessoas mundialmente. Anualmente, morrem 400.000 pessoas por ano por cirrose e cancro do fígado em consequência desta hepatite viral. Em Portugal, existem ainda mais de 40 mil pessoas infetadas por este vírus, e cerca de 80% não sabem que o estão.
Esta patologia é a principal hepatite viral crónica, apesar de também se poder manifestar de forma aguda. É transmitida através do contacto com sangue contaminado, como por exemplo, através de um corte, ferida, partilha de seringas, tatuagens, perfuração de orelhas ou acupuntura com material não esterilizado. O vírus não se propaga através da partilha de objetos, é pouco provável ocorrer transmissão através do sexo ou do beijo, a menos que existam feridas que ponham em contacto sangue.
A maioria dos infetados não apresenta sintomas. De facto, um doente com infeção crónica, pode sentir-se bem e desenvolver cirrose ou cancro do fígado. Os sintomas tipicamente associados com a hepatite C são cansaço, náuseas, febre, problemas de concentração, dores na zona do fígado e icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos), sendo este último o mais específico deste tipo de infeção.
Quando estes sintomas se manifestam, a doença pode estar num estado muito avançado. A natureza assintomática destes casos torna essencial que o paciente procure um gastroenterologista regularmente para que seja monitorizado, mas, acima de tudo, que efetue o teste da Hepatite C.
O teste de Hepatite C consiste numa análise simples e indolor ao sangue e os resultados são imediatos. Estas análises devem ser realizadas regularmente de forma a manter a vigilância clínica e promover um diagnóstico atempado. Como tal, tratam-se do melhor método de prevenção do vírus da Hepatite C e as suas possíveis complicações, uma vez que ainda não existe vacina para esta doença.
É importante ainda destacar que existem vários medicamentos antivirais que evitam que a patologia progrida e esteja na origem de outras doenças hepáticas ao eliminar o vírus em cerca de 97% dos casos. É possível curar este vírus, mas para o fazer é necessário submeter-se a análises do sangue regularmente, consultar um médico mesmo na ausência de sintomas e ficar atento a qualquer sinal que possa ser indicativo desta doença.