Saúde Digestiva




O Cancro Digestivo

O cancro digestivo abrange um conjunto de vários tumores malignos que podem atingir cinco órgãos do aparelho digestivo: esófago, estômago, pâncreas, fígado, cólon e reto.

Em Portugal, 1/3 de todos os cancros são do Aparelho Digestivo. Anualmente, estes cancros são responsáveis por cerca de 10% das mortes, em que o cancro do estômago, do cólon e doenças do fígado são responsáveis por três de dez causas principais de morte.

A monitorização regular e estar frequentemente atento aos sintomas é fundamental para um diagnóstico precoce. Conheça com mais detalhe os cinco cancros do aparelho digestivo:

CANCRO DO ESÓFAGO

Inicia-se por uma pequena ferida (úlcera neoplásica) que vai crescendo de forma progressiva e invadindo o revestimento do esófago. Como fatores de risco apresenta, o consumo excessivo de álcool, o tabaco e o “esófago de Barrett” (uma alteração provocada por refluxo crónico).

Pode surgir, dificuldade em engolir (disfagia) que pode ser progressiva ou de início súbito (impacto alimentar). Numa fase já avançada, pode já não se conseguir engolir líquidos. Outros sintomas podem acompanhá-lo, tais como, a falta de apetite, o cansaço e emagrecimento.

O diagnóstico, baseado numa consulta médica é confirmado com uma endoscopia digestiva alta, para se observar o esófago e colher biópsia da lesão para posterior análise ao microscópio.

CANCRO DO ESTÔMAGO

O cancro do estômago inicia-se por uma pequena ferida (úlcera neoplásica) que vai crescendo de forma progressiva e invadindo o revestimento do estômago.

Como fatores de risco apresenta o tabaco, infeção pela bactéria Helicobacter pylori, fatores genéticos, ingestão de alimentos fumados. A obesidade é um fator de risco para o cancro da zona de transição para o esófago, o cárdia.

Pode surgir, dor abdominal, náuseas, vómitos, vómito com sangue, anemia. Outros sintomas mais gerais, como por exemplo, falta de apetite, cansaço, perda de peso são também frequentes. Quando os sintomas surgem, a doença pode estar já avançada.

Embora o tratamento primordial seja a resseção cirúrgica, se o tumor for superficial pode ser removido através de alguns procedimentos por endoscopia. Pode estar indicado fazer quimioterapia. Pode também ser necessário, quando o doente não se consegue alimentar e a progressão dos alimentos não se faz, colocar um tubo por dentro do próprio estômago (prótese) através de uma endoscopia, executada por gastrenterologistas experientes.

CANCRO DO FÍGADO

É um dos cancros que se espera que aumente nos próximos 30 anos, de um modo geral com mau prognóstico. Está fortemente relacionado com a existência de cirrose hepática (estado de destruição da estrutura do fígado, com morte das células, aparecimento de cicatrizes). Quem tem cirrose tem um risco muito elevado de vir a ter o cancro do fígado: 10-40% ao fim de dez anos, consoante os estudos.

Pode evoluir durante muitos anos sem sintomas e é normalmente detetado numa avaliação de rotina, designadamente através de uma ecografia abdominal. Quando surgem sintomas, a doença pode estar já muito avançada. Podemos chamar a esta fase de cirrose descompensada, com ascite (barriga de água), olhos amarelos (icterícia), encefalopatia (alterações do comportamento), hemorragias (rotura de varizes do esófago), infeções graves e emagrecimento extremo.

O diagnóstico é baseado numa consulta médica que poderá incluir análises mais completas ao fígado, uma ecografia abdominal e um outro exame chamado elastografia hepática (Fibroscan®), e ainda, em alguns casos, a biópsia hepática.

CANCRO DO CÓLON E RECTO

É, de longe, o cancro digestivo mais frequente dos portugueses. De um modo geral surge a partir de lesões que crescem no revestimento interno do cólon, que se chamam pólipos.
O consumo excessivo de álcool, tabaco, obesidade, idade avançada, diabetes, consumo exagerado de carne vermelha e processada e a falta de ingestão de frutas e vegetais são alguns dos fatores de risco.

Quando surgem sintomas, a doença pode estar já muito avançada. Perda de sangue pelas fezes, dor abdominal e alteração dos hábitos intestinais são os sintomas mais frequentes.

O diagnóstico precoce deste cancro deve ser efetuado por todas as pessoas a partir dos 45 anos com a realização de uma coloscopia.

CANCRO DO PÂNCREAS

É um dos cancros que se espera que aumente nos próximos 30 anos, de um modo geral com muito mau prognóstico. O consumo excessivo, tabaco, álcool, obesidade, idade avançada e alguns quistos do pâncreas têm risco aumentado de vir a desenvolver cancro.

Alguns sintomas deste cancro podem ser: olhos amarelos (icterícia), dor abdominal por vezes com irradiação para as costas, bem como alguns muito inespecíficos como seja falta de apetite, cansaço e perda de peso.

O tratamento depende muito do estado em que se encontra o tumor na altura do diagnóstico.

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